Depois de
tomar uma baita chuva enquanto levava as malas do táxi para a casa, finalmente
me joguei no chão da sala, cansada e ensopada. Um parente bem distante havia
morrido e deixado aquela casa de praia para o familiar mais velho vivo, e por
incrível que pareça, a minha mãe quem
era essa parente. Não que ela seja velha, tem seus quarenta anos. Mas meus
avós, e bisavós já morreram, e ela não tem nenhum irmão ou primo, então...
Torna-se a mais velha.
-Luana, veja a
casa e escolhe o seu quarto. Aqui diz que ela tem cinco quartos, uau!
-Tem porão?
-Não filha,
mas tem sótão.
-Eu fico com
ele.
-Obvio que não
Luana! Você já quis ficar com o sótão na nossa casa, ao menos pegue um quarto
descente nessa.
-Vou ver...
Luana subiu as
escadas velhas da casa e procurou pela entrada ao sótão. Encontrou no fim do
corredor uma porta com uma escada levando para cima, só poderia ser ali. Subiu
depressa e encontrou um sótão empoeirado, vazio e bem iluminado.
-MÃE! VOU
FICAR COM O SÓTÃO MESMO!
Luana foi até
a janela enorme na parede oposta e pode ver o mar, as ondas quebrando nas
pedras, a praia e outra casa de praia a cerca de um quilômetro.
-Só isso pra
janta?
-E não
reclame. Amanha sairei para fazer compras.
-Vamos ficar
muito tempo aqui mãe?
-O tempo que
for necessário. Até seu pai nos perder de vista.
-Mãe, você
conhece os moradores da outra casa?
-Que casa?
-A que tem
aqui na praia.
-Não vi casa
alguma. E mesmo que tivesse visto Luana, francamente, sabe que nunca vim aqui.
#CONTINUA
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