Vi vultos, luzes e ouvi vozes. Acredito ter ouvido muitos
passos também e sentido mãos em mim. E de repente tudo estava silencioso e meus
olhos abriram vendo um teto branco com uma lâmpada forte que me cegou os olhos.
Fiquei paralisada tentando me lembrar onde estava, como tinha ido parar ali ou
mesmo o que tinha acontecido antes. Sentei na cama branca, com lençóis brancos
e notei uma sala completamente branca. Estava quase cega pela brancura total do
lugar, aquilo realmente me incomodava.
Olhei em volta e não sabia o que fazer, não havia nada
além da cama (e que cama estranha), e um copo de papelão cheio de água ao lado
da cama (sim, no chão). Sentindo-me em um filme de terror, levantei e caminhei
até a porta que tinha uma janelinha minúscula e quadrada que mesmo na ponta dos
pés eu só alcançava ver um pouco. E a única coisa que eu via, não ajudava
muito; uma porta idêntica a minha do outro lado, com o nome de alguém escrito,
Ana Cristina.
A porta não tinha maçaneta e o quarto não tinha janelas,
então resolvi bater na porta esperando que alguém me ouvisse do outro lado ,
mas o lugar parecia deserto. Antes de me desesperar resolvi apenas esperar, uma
hora alguém apareceria. Passei vários minutos
sentada no chão encostada á porta olhando para o quarto. Levantei e
olhei novamente pela janelinha da porta e vi d outro lado do corredor, na
janelinha da outra porta a pessoa que provavelmente era a Ana Cristina, ficamos
nos encarando alguns minutos. Eu não tinha nada melhora para fazer mesmo. Até
que vi alguém se aproximar.
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