Esperei alguns poucos minutos e a porta se abriu
novamente. Finalmente iria para casa. O mesmo moço veio até mim e colocou uma
pulseira em meu braço.
-Pra que serve isso?
-Seu numero de identificação.
-Mas vou sair daqui não vou?
-Claro está na hora do café da manhã.
Estranhei mas o segui por um corredor imenso onde via de
vez em quando algum outro moço levando outra garota.
“Será que fui sequestrada?”
Comecei a sentir uma tremenda dor de cabeça e precisei
parar e fechar bem meus olhos. Começaram a me vir imagens na cabeça. Um casal
que cuidava de mim e em seguida um caixão e meus olhos cheios de lagrimas.
-Mãe!!
Não havia percebido, mas havia gritado bem alto. Vi o tal
enfermeiro parar e olhar para trás vendo que fiquei bem para trás e veio até
mim. Abaixou-se ao meu lado e perguntou o que havia acontecido.
-Lembro dos meus pais! Minha mãe morreu não foi?
-Quando você era bem nova!
Ele me levantou e me fez segui-lo novamente. Já podia ver
um salão e ouvir barulho de panelas e pratos vindo dele.
-Onde estou afinal?
-Você está em casa querida.
E ele me deixou ali enquanto seguia o corredor de volta.
Havia pessoas todas com roupas iguais as minhas. Parecia com
um refeitório gigante, porém havia bem mais mesas do que pessoas. Alguns
estavam comendo, outros deitados ( na mesa e também no chão) , outros conversavam
( com outras pessoas e também sozinhos), outros jogavam alguma coisa...
Comecei a caminhar por entre as mesas e observar. Não! Não
podia ser! Estavam todos alí, agora eu me lembrava! Agora eu me lembrava de
tudo desde o inicio. Olhando para aqueles rostos pude reconhecer e recuperar a
minha memória!
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