Estava sentada em meu quarto branco a mais de uma hora
chorando e me perguntando se tudo aquilo realmente poderia ser real. O mesmo
enfermeiro de quando acordei entrou umas duas vezes e também me explicou que eu
ia passar por umas sessões de terapia sozinha e com ele. Também me deu remédios
que ele disse que eram diferentes do que eu tomava que só tomaria mais duas doses daquela.
Passei uma semana fazendo terapia pela manha cedo e tendo
que fazer desenhos, decifrar imagens, escrever redações, falar com minha
,médica e também ser examinada todos os dias. Eu chorei toda as noites.
Eu precisava do André, e ele era apenas um fruto da minha
imaginação.
Na segunda semana eu recebi finalmente a visita de meus
pais, eu juro que faltei enfartar de felicidade. Conversamos durante horas e
eles começaram a vir nos dias seguintes para fazermos terapia juntos. Fazíamos também
algumas sessões de perguntas e fiquei sabendo de tanta coisa nova. Meus pais
tiveram um filho, ele tinha agora cinco anos. Minha mãe se formou finalmente na
faculdade dos sonhos dela e era advogada. E das boas. Meu pai continuava sendo
policial e já estava perto de aposentar. Ele também tinha levado um tiro em uma
das operações ;o casamento deles durava até hoje e eles haviam se mudado par um
bairro nobre. Era ótimo falar com meus pais. Eu já não chorava durante as
noites.
Na terceira e ultima semana foi inteira de aulas de
alfabetização. Eu estudava pela manha ( Português),
pela tarde ( Matemática) e também pela noite (Historia). E estudara durante um
ano essas três matérias. Tudo que eu deveria ter aprendido até o ensino médio. Me
falaram que no ano seguinte eu teria um horário igual, e mudaria apenas as matérias
( Geografia, Ciências e Biologia) , e
teria um terceiro ano que eu concluiria ali (Inglês, Física e Química). Seria
um ano de vários conhecimentos novos para mim. Minha vida iria começar agora.
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