quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O Diário de Isabela - Parte 24

 


Vi a pessoa ,que me parecia um enfermeiro, abrir a porta do quarto a minha frente , entrar e sair um minuto depois. Tranco a porta e depois veio até a minha, ouvi a porta sendo destrancada pro fora e suspirei aliviada.

-Bom dia!

-Bom dia! Finalmente alguém apareceu. Olha, eu acordei aqui e não me lembro como vim até aqui, será que pode ligar para a minha madrasta?

Ele que estava colocando algo em uma seringa, parou e me olhou surpreso.  Veio até mim devagar e eu recuei assustada com aquela agulha gigante. 

-Qual a ultima coisa da qual se lembra?

 
-Eu.. acho que estava em casa...

-Em casa? Com quem?

-Com.. eu não me lembro.

-Faça um esforço.

- Com algum garoto, um amigo eu acho.

Rapidamente me veio a cabeça a lembrança de alguém me beijando contra a minha vontade.

- Eu acho que ele me beijou

- Lembra do seu nome?

-O que?

Meu Deus...como era o meu nome?

- O seu nome. Apenas  primeiro para iniciar.

-Eu...

COMO É O MEU NOME??

O enfermeiro levantou uma lanterninha e me mandou seguir a luz com os olhos, depois pediu que eu apenas mantivesse os olhos parados. Colocou a lanterna no bolso e enfiou aquela agulha no meu braço.

- A quanto tempo esta acordada?

-Uma hora mais um menos.

- Tome seus remédios, eu volto já já para te liberar.

Me entregou três comprimidos e apontou para o meu copo de água no chão.

Qual o meu nome? Porque eu não estava sabendo o meu nome?

 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O diário de Isabela - Parte 23


Vi vultos, luzes e ouvi vozes. Acredito ter ouvido muitos passos também e sentido mãos em mim. E de repente tudo estava silencioso e meus olhos abriram vendo um teto branco com uma lâmpada forte que me cegou os olhos. Fiquei paralisada tentando me lembrar onde estava, como tinha ido parar ali ou mesmo o que tinha acontecido antes. Sentei na cama branca, com lençóis brancos e notei uma sala completamente branca. Estava quase cega pela brancura total do lugar, aquilo realmente me incomodava.

Olhei em volta e não sabia o que fazer, não havia nada além da cama (e que cama estranha), e um copo de papelão cheio de água ao lado da cama (sim, no chão). Sentindo-me em um filme de terror, levantei e caminhei até a porta que tinha uma janelinha minúscula e quadrada que mesmo na ponta dos pés eu só alcançava ver um pouco. E a única coisa que eu via, não ajudava muito; uma porta idêntica a minha do outro lado, com o nome de alguém escrito, Ana Cristina. 

A porta não tinha maçaneta e o quarto não tinha janelas, então resolvi bater na porta esperando que alguém me ouvisse do outro lado , mas o lugar parecia deserto. Antes de me desesperar resolvi apenas esperar, uma hora alguém apareceria. Passei vários minutos  sentada no chão encostada á porta olhando para o quarto. Levantei e olhei novamente pela janelinha da porta e vi d outro lado do corredor, na janelinha da outra porta a pessoa que provavelmente era a Ana Cristina, ficamos nos encarando alguns minutos. Eu não tinha nada melhora para fazer mesmo. Até que vi alguém se aproximar.
 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

 


Não mude de assunto quando estivermos falando de seus erros. Não finja que não me ouviu chorar na noite passada, ou que não viu meus olhos inchados quando saí do banho. Não ignore o problema.
 Sabemos que tem algo errado entre nós e você parece não se importar. Prefere se esconder atrás da sua papelada do escritório o dia todo,e só aparecer quando eu já dormi. Mesmo sabendo que eu não dormi, você fica ali calado e conversa sobre os problemas com alguém no celular. Mesmo eu estando ali. Do seu lado. Não faça isso conosco,não acabe com o que já foi tão belo.

- Letícia Pontes (2015)