segunda-feira, 15 de junho de 2015

O diário de Isabela - Parte 3



“Hoje ainda é domingo, mas é que não tenho o que fazer então fico trancada aqui no quarto. Eu decidi que seria menos escrava da Melissa e suas filhas sebosas. E estou pouco me lixando que ela está nesse momento batendo na porta me mandando ir lavar as roupas. Eu mudei a fechadura do meu quarto, e ainda coloquei um ferrolho por dentro, porque assim ela não tem mais como abrir. Melissa está muito brava porque a seis meses, quando meu pai morreu, eu arrumei um emprego. Foi lá na locadora, o que agora está me sendo um problema já que o Augusto ( o cara que beijei ) não sai mais do meu pé. Só encontro com ele nas quartas e sábados porque nossos horários são diferentes, mas queria não encontrar nenhum dia. Quero tentar arrumar um emprego na lanchonete da escola também, aí trabalho no turno da noite.

“Tive aula, e tinha um trabalho chato para apresentar, mas que me esqueci de fazer. Escola é o inferno na terra, eu queria largar ela, mas meu pai me pediu para terminar ao menos ensino médio antes de parar de estudar. O Gustavo sugeriu que eu copiasse do dele, mas tive preguiça até pra isso. Só queria entender porque que um cara do terceiro ano, guarda seus trabalhos do primeiro ano. Hoje conheci dois amigos do Gustavo, Léo e André. Dois idiotas se quer saber.
Depois da aula fui trabalhar e o primeiro cliente  que chegou no meu horário foi uma mulher que toda semana vem e aluga alguma comédia românica daquelas que todo mundo sabe como começa, como desenvolve e como termina. E ela sempre reclama de algo. Ou melhor, de tudo. Primeiro reclamou que a máquina e videogame do lado de fora da loja estava muito feia, e só tinha jogos violentos . Depois reclamou dos garotos que chegaram para jogar, porque faziam muito barulho. Depois reclamou que não tínhamos novos filmes de comédia romântica, então sugeri que ela alugasse outro tipo de filme, porque ela só aluga os mesmos sempre e seria bom algo novo. E sabe o que aconteceu? Ela me perguntou quem eu era para querer dar palpite na vida dela...”

 


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