terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Amores covardes

Ele afastou a cadeira para que eu pudesse me sentar e em seguida foi até o outro lado da mesa e sentou-se. Levantou a mão e fez sinal para o garçom vir até nós. Meus coração estava disparado e eu sabia que iria chorar muito aquela noite.

-O que vai querer?
- Água.

Ele não perguntou mais nada e pediu para ele uma bebida forte. Aquilo não era bom sinal. Na verdade, depois de tantas brigas ele ter me levado ao restaurante que me pediu em casamento em um dia qualquer...já era um mal sinal.

Ficamos em silencio até as bebidas chegarem. Ele bebeu alguns goles colocou o copo sobre a mesa e começou a rodar a própria aliança no dedo. Aposto que não sabia como começar a falar.

-Como foi a viagem? - Quebrei o silencio com a voz trêmula
-Normal. Conheci alguém.

Eu não sabia que meu coração poderia ficar mais acelerado do que antes.Sentia que teria um ataque cardíaco a qualquer instante.

-Vocês esta juntos?
-Eu não sou assim tão ruim quanto você pensa. 
-Mas...?
-Estou apaixonado Luna. E você sabe que já não temos mais nada para conversar.

Tentei parecer fria e não demonstrar como eu estava desmoronando por dentro.

-Sabemos que não existe amor ente nós dois então... 

Mal sabia ele que eu o amava da mesma forma de quando o conheci.

-Sim.
-Quero o divórcio.
-Você organiza a papelada?
-Sim, pode deixar.

Ele guardou o celular e carteira no bolso e se levantou.

-Eu te ligo.

E saiu.

Levantei a mão e fiz sinal para o garçom. Pela primeira vez na minha vida iria beber alguma bebida alcoólica que na fosse vinho ou champagne.  

Eu não iria chorar. Não por ele que nem sequer me amava.

-Imbecil.

Virei meu copo e paguei o garçom.Respirei fundo, levantei e sai do restaurante. 

-Covarde.

Ele ou eu? Nem sei. Nem sequer tive coragem de dizer que estava esperando um filho nosso.

Sentei no banco de uma praça , tirei o salto vermelho e desabei a chorar. Nem sei quanto tempo se passou. Só sei que descobri naquele momento que a vida não é um maldito conto de fadas que termina com um final feliz.

-Letícia Pontes

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