terça-feira, 7 de junho de 2016

Nancy Ahlert : Vivendo o medo ~ Capítulo 1: A morte


Entrei em meu quarto e vi a Akantha de cabeça para baixo, estava em um sono profundo e de braços cruzados. Me deitei no chão e fiquei observando ela por um tempo. Eu precisava dormir. Mas não ia ser hoje que me penduraria de ponta cabeça.


Sete horas da noite

Finalmente estou começando a dormir mais. Achei que ia ficar sempre acordando cedo, cinco horas, seis. Já já passo a acordar as nove. Akantha estava dormindo ainda e apostava que os rapazes também. Levantei e organizei tudo. Tomei um banho, escovei e decidi ir acordar Damian. Bati diversas vezes na porta o quarto até que Marco veio me atender. Parecia bem emburrado por eu ter acordado ele. Não me dirigiu a palavra, apenas me deu passagem para entrar e depois foi para o banheiro. Alessandro estava sentado no chão com grandes fones de ouvido e me cumprimentou com um sorriso e aceno de cabeça. Eu deveria falar logo com ele, mas queria um conselho de Damian antes. 

Fui em direção a parede e sabia estar sendo observada pelos dois rapazes que agora conversavam baixo sentados no chão no canto da parede. Encarei a parede e sussurrei:

-Por favor, funciona!

Fechei meus olhos  e coloquei os pés na parede. Funcionou! Fiquei ao lado de Damian e cutuquei ele que abriu os olhos lentamente e me olhou surpreso.

- Você conseguiu! - Ele sorriu e me abraçou pelo ombro.

Descemos e eu disse que precisava falar com ele em particular. 

-Aconteceu algo?
-Sim.

Ele segurou a minha mão e me levou até uma poltrona no corredor. Me sentou e sentou-se ao meu lado com uma cara preocupada.

-Nosferatus tem previsões ou algo assim? 

-Sim, mas cada Nosferatu tem em um sentido,

-Como assim?

- Por exemplo, tem uma colega nossa que ela tem previsões, as dela são sempre sobre a chegada de alguém a algum lugar para fazer o mal. Existe também quem prevê catástrofes naturais. E o pior:quem prevê a morte.

Senti um calafrio. O pior? Porque tudo acontece comigo?

-Eu vi Alessandro morrendo.

-O que?? - Ele se levantou em um pulo- Não! - Tampou os ouvidos - Não posso ouvir.

Fiquei mais confusa do que eu já estava por esses dias. Será que eu não deveria contar?  O que eu faria?

-Ok! Me recompus! - Ele me falou do nada. Respirou fundo e agachou na minha frente ficando quase da minha altura - eu permanecia sentada na poltrona. - Olha, essas são as piores, porque são as inevitáveis. Quando vai ter uma catástrofe natural, você pode avisar as pessoas e isolar o local, quando você prevê alguém chegando para fazer o mal, você pode se preparar para lutar. - Seus olhos se encheram de lágrimas - Mas não se pode parar a morte.

Mantivemos o silêncio.
 
 
 

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