quarta-feira, 22 de junho de 2016

Romeo and Juliet

 Naquela noite estava completando duas semanas que nosso dinheiro tinha acabado completamente, e os donos daquela casa poderiam voltar a qualquer minuto, nada estava saindo como nosso plano.  Precisávamos sair da casa, mas precisávamos de dinheiro, e meu Romeo estava com uma maldita dor nas costas que não o deixava me ajudar a conseguir uma grana. 

- Canalha! - levantei do chão assim que ele entrou pela varanda empunhando o revolver que ele me dera de presente no meu aniversário de 16 anos, quatro anos atrás - preciso de grana! - Enfiei o cano na cabeça dele - cansei de sua preguiça. Temos todo o plano para o próximo banco, e você não está colaborando.

- Minha gatinha nervosa - ele afastou a arma com sua mão - já te disse que preciso descansar até melhorar - ele me puxou pela cintura tentando me beijar - semana que vem nós resolvemos tudo e vamos para a Argentina que tal?

- Não era esse o plano!! Íamos para a Europa, você torrou toda a nossa grana!

- Pô Juliet, - Ele me largou e se jogou no sofá - coopera.

- Cooperar? Desde os meus 14 anos que você me promete levar a Europa e recomeçar a nossa vida lá. Você torrou o dinheiro de todos os nossos assaltos e eu nem sei como.

- Talvez eu tenha cansado dessa vida.

- Como é que é? 

- Não está cansada? Não temos uma vida normal. Somos foragidos, e vamos combinar, você é maluca.

Mirei a arma em sua canela e senti meu rosto ferver de raiva. Ele me traz a um mundo onde ele me ensina a viver selvagemente e agora quer me dizer que simplesmente cansou?

- Quem te fez pensar assim Romeo?

- Que?

-Você não sabe mentir! Quem é ela?

-Ela quem? Você está maluca. - ele se levantou escondendo o rosto

Eu sabia que tinha algo errado a muito tempo, mas nunca imaginaria que teria outra mulher. Deixei as lágrimas rolarem enquanto ele ia até a porta. Ele estava indo embora? De novo? Quem me dera fosse isso. 

- Me perdoa Juliet, mas isso uma hora tinha que acabar. E você... você não esta bem.

Como é que é? 

Ele abriu a porta e um após outro eles foram entrando. Homens e mulheres fardados com armas apontadas para mim. Um após o outros passando pelo meu Romeo sem se importar com ele. E por ultimo entrou ela. Ele havia me trocado pelo inimigo. Deixou a ladra maluca para ficar com a policial que me levaria par um sanatório cheio de detentas malucas.

Ele me levou ao fundo do poço, depois me abandonou dentro dele.

Meu Romeo não morreu por mim. Meu Romeo me matou.

- Letícia Pontes

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