domingo, 3 de abril de 2016

Nancy Ahlert - Entre o bem e o mal ~~ Capítulo 15: Lar?

 

Entrei em casa e quando estava fechando a porta vi Fester do outro lado da rua me observando. É, pelo jeito não tinha como fugir dele. Cinco segundo depois de ter entrado em casa vi minha mãe descer as escada correndo e me abraçar.

-Eu sinto muito minha querida. Eu sinto muito. Sei que ela era sua melhor amiga, mas eu não sabia que ela passava por tantos problemas. 

Fiquei calada e abracei a minha mãe mas já não tinha aquela vontade de chorar. Sim, mãe, eu a matei.Ela se afastou do abraço e me levou até o sofá.

- Conversei com os médicos, agora entendo porquê você estava estranha esse dias. Minha filha, porque não me contou que ela tinha depressão? Suicídio é uma coisa terrível e eu não sei como você tem aguentado isso.

É. Suicídio. É isso que os médicos achavam? Ela se calou vendo que eu não queria conversar sobre aquilo.

- Eu e o David terminamos.

Falei já que era hora de contar as noticias mesmo.

-O que? Quando? 
- A uns dias atrás. Mas eu estou bem com isso, ele não valia nada. - Em comparação a tudo que estava acontecendo , eu realmente estava bem quanto aquilo. 
- Minha filha - ela me abraçou - eu sinto muito por tudo isso.
-Tudo bem, de verdade.

Ela se levantou , beijou minha cabeça e saiu para o quarto dela.
Caminhei até a cozinha, minha barriga roncava de fome mas tudo agora tinha gosto de emborrachado.Subi para o meu quarto e comecei a pensar sobre tudo. Sobre o que aconteceria agora.

Uma hora da madrugada.

Peguei a maior mala que eu tinha em meu quarto e coloquei todas as minhas roupas e calçados que ainda queria, dentro.Coloquei também roupas intimas, pijamas,duas toalhas de banho, e cobertor. Separei a mala menor com todas as roupas e calcados para doação. Peguei minha melhor mochila e coloquei minhas bijuterias e lembranças. Cigarros, lanterna, fotos, livros, e o que encontrei pela frente que eu ainda iria querer.  Não sabia se nesse novo mundo iria precisar mas coloquei todo meu dinheiro.

Peguei papel e caneta e escrevi uma longa carta de despedida. Meu quarto parecia tão vazio agora. Peguei a carta na porta do quarto e desci com minha mala e mochila. Entrei em meu carro e dei a ultima olhada em minha casa. Não me permiti chorar. Eu precisava aceitar tudo que estava acontecendo.

Duas horas da madrugada.

Estava parada com o carro lá no ferro velho e já imaginando a cara que Fester faria de "eu sabia que você viria". Desci do carro e caminhei com dificuldade coma  mala que as rodinhas não corriam no barro. Iria chover naquela noite,com certeza. Comecei a ver as pessoas aparecendo por entre os carros ou em cima deles.Estava já vendo as casas de longe e vi alguém acenar de cima de uma das casas,pulou lá de cima e em seguida esse alguém ja estava na minha frente. Era o Damian. Ele sorriu e exclamou um "seja bem-vinda". Continuei séria e ele desfez o sorriso.

- Sei que vai ser difícil mas você vai se costumar. 

 Só queria era chegar logo lá e resolver como seriam as coisas. Damian pegou a minha mala e carregou ela com facilidade. Paramos em frente a uma casa e ele começou a falar.

- É o seguinte, não tem mais moradias disponíveis então eu vou te deixar ficar aqui se você quiser. Aí você faz amizade cm alguma garota e vai morar com ela.
-Simples assim? - Falei ironicamente
-Tá, eu sei que não vai ser tão simples mas estou te estendendo a mão então não reclama.

Ele entrou e eu entrei atrás dele. Era um quarto sem camas e um banheiro. Apenas isso. Ele me ajudou a tirar tudo da mala e mochila a a organizar as coisas.

-Pra que tudo isso? Você nem vai usar essas coisas.
-Me deixa.  

Eu finalmente tinha aceitado o que eu era e estava tentando mudar de vida. Dalí para  frente com certeza seria tudo pior.


PRÓXIMO CAPÍTULO: 05 DE ABRIL


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