quarta-feira, 27 de abril de 2016

Nancy Ahlert - Entre o bem e o mal ~~ Capítulo 23: Chuva

 

 Estava uma manhã sem sol. Eu tinha que achar um lugar para dormir mas havia perdido todo o sono. Comecei a caminhar pela cidade. Havia muita gente chegando a praia e muitos carros na rua. Avistei um supermercado e decidi ir para . Fui lá atrás. Eles sempre deixavam caixas de papelão e eu poderia usar para forrar o chão.

Sete horas da noite.

Acordei com algo molhado tocando meu rosto. Era um cachorro me cheirando. O céu estava cheio de nuvens cinzas , carregadas de água que logo iriam despencar. Levantei daquele lugar nojento e caminhei até a praia. O que eu faria agora? Não tinha nem lugar para ir. E quando eu sentisse fome? Acho que não foi uma boa ideia sair de lá. Minha vida estava complicada demais para uma garota que estava apenas iniciando a vida adulta.

Comecei a chorar sem conter os gemidos altos de desespero e como um reflexo de meu interior, o céu derramou suas lágrimas também. A chuva estava fina e fria,o vento levava meus cabelos para todos os lados. As pessoas começaram a correr de um lado para o outro. Vendedores empurravam seus carrinhos as pressas e mães corriam com crianças no colo. A chuva estava ficando forte muito rápido e eu só queria ficar parada ali em meio aquele caos.

- Está começando querida. Vonão sente?

Olhei para o lado e havia uma mulher de seus trinta anos me observando admirada. Ela tocou meu rosto com sua mão gelada e eu recuei.

-Você precisa correr. Tudo vai piorar a partir de agora.

Recuei alguns passos e então alguém correndo esbarrou em mim, olhei para o lado por dois segundos e quando voltei meu olhar a moça, ela havia desaparecido. Assustada eu comecei a correr de volta a cidade mas parecia que o barulho ali tava alto demais para meus ouvidos e o cheiro de ferro estava forte demais. Droga! Eu estava com fome.

Tampei meus ouvidos e corri sem saber em que direção estava indo. conseguia ouvir risadas e gritos que pareciam longe demais para serem ouvidos. Sentia uma falta de ar de tanto desespero que me bateu. E então esbarrei em alguém. Fester.  O que ele fazia ali? Ele me segurou pelo braço e me arrastou para dentro de um carro preto ,muito bonito. Me jogou no banco e me cobriu com uma grande toalha felpuda enquanto me esquentava em seu abraço. 
 Meu choro ficou mais intenso.

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